Eu sou da dança - Paulo Vinícius (Bope)

quinta-feira, novembro 12, 2015 1 20 Comentários



O Artista do Mês de novembro é um figura bem conhecida (e querida) no Distrito Federal, especialmente no circuito cultural. Dançarino, coreógrafo, professor, aspirante a fotógrafo (como hobbie) e frequentador assíduo de baladas, trances e festivais, Paulo Vinícius herdou como apelido o nickname Bope graças ao lendário game Counter Strike. Formado em Educação Física, apaixonado por música e dono de um pique invejável, descobriu seu dom para bailar e hoje luta para consolidar a sua carreira. Produzimos o ensaio com tema "musical gângster" na charmosa Cartolaria Café & Bistrô (localizada no bairro Guará II), com os cliques do nosso parceiro Guilherme "Creme".
 
OBS: Quem não conferiu a apresentação do fotógrafo pode conhecer seu instagram clicando aqui.
 

Ensaio por @cremephoto
 
                                        Abaixo nossa entrevista completa com o dançarino.

"Alguns professores se definem: 'Sou do samba'. Comigo não. Eu sou da dança!".
Quando você começou a dançar?
Aos 21 anos. Tendo em vista a média de carreira de outros dançarinos, é uma idade tardia, por isso encarei como um desafio. Hoje em dia, por exemplo, faço aulas de balé com pessoas bem mais novas, que possuem maior flexibilidade e mais expectativa na dança do que eu.  Isso até me impediu de fazer algumas aulas porque me senti intimidado pelo fator idade, mas percebi que o meu objetivo era buscar apresentar o quanto posso. Aprendi a não me limitar porque cada um tem o seu momento e eu tenho buscado ganhar o meu espaço de acordo com o meu potencial e com o que eu posso oferecer. E segui em frente!
E quando você descobriu seu talento na área?
Bom, eu comecei graças à Julianna Porto, uma amiga dançarina profissional que tem um grupo de dança do ventre. Na época, o grupo queria fazer um trabalho mesclado com dançarinos. Elas desejavam montar uma coreografia de dança do ventre com forró. Fui convidado por ela, por já dançarmos em festas informalmente. Nos apresentamos no Teatro Nacional e foi uma experiência que mexeu bastante comigo, e combinamos que no ano seguinte faríamos uma nova apresentação, dessa vez de tango. Foi quando decidi entrar em uma academia de dança para me aperfeiçoar. Fiz aulas e em 5 meses, eu mesmo montei a coreografia. Foi quando descobri que eu tinha muita facilidade, pelo fato de em tão pouco tempo ter conseguido aprender e desenvolver uma coreografia. Eu quis aprender mais e tive sede de novos ritmos, então conheci a By Cia, a academia em que atualmente dou aulas. Lá eu comecei como monitor, depois instrutor e me tornei professor.

 "O artista verdadeiro explora os seus sentimentos".

Em quais estilos você se especializou?
O meu estilo é dança de salão. Trabalho com forró, zouk, samba, salsa, tango e bolero. Mas eu também faço aula de outros gêneros, como balé, jazz, padedê e pás de Deux, que servem como ferramentas para que eu evolua como dançarino. O meu intuito é continuar buscando novas danças para o meu crescimento. Não gosto de me limitar como acontece com colegas, como alguns professores que se definem: 'Eu sou do samba'. Comigo não. Eu sou da dança!
Existe um estilo que mexe mais contigo na hora da dança?
Olha, antigamente eu tinha o tango como o preferido, o que me movia mais, o que eu me entregava mais. De um tempo pra cá, como disse antes, tenho me envolvido com todos os ritmos. Então é a dança que me move. Em cada momento, em cada ritmo, procuro dar a mesma entrega e a mesma paixão. Então atualmente não tenho um ritmo favorito.

"Antes da dança eu não tinha nenhuma perspectiva de vida".
Todo estilo de arte consegue transformar as pessoas de alguma forma. Artesanato, teatro, música e etc. A dança em si mexe mais com o quê, exatamente?
Por trabalhar muito com o corpo, a pessoa passa a se conhecer melhor. Comigo existe uma transformação porque costumo dizer que quando eu comecei a dançar, houve um renascimento. Antes da dança eu não tinha nenhuma perspectiva de vida. Eu não tinha sonhos, metas ou algo que me fizesse me sentir vivo no mundo. E foi o que a dança me mostrou. Ela tira de nós o que temos guardado e nos faz jogar esse segredo pra fora. Então esse trabalho corporal que a dança proporciona te dá liberdade para poder se expressar. Você se descobre como pessoa, não apenas fisicamente. E é nisso que a dança mexe.
Que dicas você dá para os profissionais de dança que estão começando a dar aula por agora?
Acredito que, em primeiro lugar, a preocupação com o aluno deve ser priorizada. Um bom professor tem que ter esse cuidado. A galera que está começando tem que se apegar à didática, passar informações com clareza e ter ferramentas para que seu aluno dance com confiança. Lembro que quando eu comecei, eu não quis dar aula logo no início. Eu quis estudar, praticar bastante e entender todo o conteúdo de técnicas para me sentir seguro. O meu maior medo era de um aluno me questionar algo e eu não saber responder. Esse preparo é fundamental para sanar qualquer tipo de dúvida.

"Eu tenho buscado ganhar o meu espaço de acordo com o meu potencial".
Você, que além de professor, é um profissional de Educação Física, conhece bem a anatomia humana e sabe das limitações decorrentes da idade. Além do mais, possui um forte público acima dos 45 anos. Quais são os cuidados tomados com as pessoas um pouco mais velhas?
Essa é até uma questão interessante. Recebo muitos alunos por recomendação médica. Pessoas com problemas cardíacos, pressão alta, diabetes e outras complicações. E essas pessoas procuram a dança de salão por ser uma atividade mais acessível. O cuidado que tenho com elas é primeiramente trabalhar ritmos mais fáceis, músicas mais lentas, ou seja, o principal zelo é manter a tranquilidade. Pessoas mais velhas geralmente têm dificuldade de coordenação motora, então desenvolvo atividades vagarosas respeitando os limites existentes. Não exagero nos passos e não os exploro fisicamente, pois sou paciente e eles necessitam dessa atenção diferenciada. Os ritmos mais recomendados para o público da melhor idade são bolero e forró, que inserem aos poucos essa musicalidade corporal e não exigem muito fisicamente. Ou seja, o cuidado é redobrado.

"A gente precisa se descobrir, ter essa certeza de se sentir verdadeiro no sonho e vestir a camisa".
Você comentou que o Paulo antes da dança era uma pessoa, e depois dela se modificou completamente. O que você pode dizer para as pessoas sobre esse prazer de viver de arte?
O primordial é você se descobrir como pessoa. A partir do momento que você sabe o que gosta e o que quer, se sente seguro para enfrentar qualquer dificuldade. Eu, como artista, conheço bem os obstáculos. Sou formado em Educação Física, mas nunca atuei na área e não busquei isso para mim, porque na realidade eu fiz o curso por questão de segurança. O meu objetivo é ser dançarino, é trabalhar com a dança. A gente precisa se descobrir, ter essa certeza de se sentir verdadeiro no sonho e vestir a camisa. Eu não consigo me ver fazendo outra coisa. Fazer o que gosto é o que mais me realiza, pois em vários momentos em que me encontro triste, desanimado ou desamparado, basta dar uma aula que me sinto renovado e vivo. A dança é uma renovação constante, que faz com que eu me sinta presente. A gente tem que se encontrar, buscar lá no fundo quem somos de verdade e exteriorizar isso. O artista verdadeiro explora seus sentimentos. Eu me descobri e consigo ser mais firme no meu dia a dia, graças à dança.

"A dança, além de trabalhar o corpo, também ajuda no emocional".

Qual o perfil mais comum dos interessados em dançar?
Casais, pois geralmente as mulheres gostam de dançar e os homens não sabem. Tenho vários casais de alunos em que as esposas querem que os maridos aprendam a dançar para saírem e se divertirem. Também há pessoas de idade, como falamos antes, que precisam se exercitar por ordem médica e não gostam de frequentar academias. A dança, além de trabalhar o corpo, também ajuda no emocional e ainda aprende uma técnica para praticar em festas e tudo mais.  Também têm muitos homens que procuram aulas para fazer sucesso com a mulherada, que falam: 'Quero pegar mulher' por conta da fama que existe de que homem que dança pega mais. Eu concordo e entendo o ponto de vista das mulheres, é melhor namorar um homem que sabe dançar do que ficar parada nos cantos da balada. Esses são os perfis mais recorrentes.

"Tem muitos homens que procuram aulas para fazer sucesso com a mulherada".
Em quais locais os alunos iniciantes do DF podem exercitar seu aprendizado?
A dança tem crescido bastante em Brasília. A visibilidade do programa "Dança dos famosos" fez crescer a procura e também os pontos de encontro para praticar, não só para iniciantes como para alunos de nível avançado. Atualmente temos forró praticamente todos os dias, no Barril 66 e no Asas. E o zouk pode ser apreciado no Poisé Beira Lago e também no Museu (da República) gratuitamente aos domingos, no evento Zouk Open Air. Isso fora os bailes nas academias. Há um leque muito grande para prática, então se o brasiliense quiser dançar todos os dias, terá lugar.


"Recebo muitos alunos por recomendação médica".
Quais são as suas atividades atuais?
Sou professor do estúdio de dança By Cia (712/912 Sul), que é a camisa que vesti para levar como referência. Continuo com meus trabalhos no Guará, tenho um espaço na QE 30, que é onde tudo começou. Tento não sair de minhas raízes. O meu foco é o Guará e eu quero fazer o Guará dançar! Atualmente estou na Lúcia Toller, uma academia em que faço balé, jazz e outros estilos que estou aperfeiçoando. E também eu faço parte da Cia Z, de dança de salão, que promove várias apresentações em bailes e congressos. E por fim, estou levantando um  projeto de dança nas praças do Guará, cujo lançamento foi em setembro.

"O meu foco é o Guará e eu quero fazer o Guará dançar!".

Contato
Agendamento de aulas: (61) 9943-3090 | Página no facebook
Academia By Cia (61) 3345-6924 |
Academia Lúcia Toller: (61) 3244-0291
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A equipe Faroeste se orgulha de prestigiar artistas que superam qualquer barreira em busca do sonho de produzir, divertir, criar e incentivar a cultura em prol da comunidade. Façam parte dessa rede conosco. Curtam a página, agendem aulas, motivem a família para participar ;). A dança é uma atividade imensamente benéfica e não há ninguém mais apaixonado pelo que faz do que o Paulo. Obrigada a todos pela força no projeto e até a próxima edição, gente ;* 

20 comentários:

  1. Parabens pela entrevista, Hellzinha ficou sensacional como sempre. Essas fotos estao tao perfeitas que nao consigo nem definir qual é a melhor kkkkkkkkkkk. Que bom que voces voltaram pro projeto, é tão legal conhecer artistas novos *-*
    Muito sucesso pro Paulo <33 beijos ¨.¨

    http://ladygagando.blogspot.com.br/

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  2. Uaaaaaaaaaaaaau que fotos lindassssssss ♥
    Mto bacana a entrevista e o ensaio Hell :D
    Parabens pela iniciativa!

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  3. Que lindooooooooooooooooooooooo *_* Todo sofisticado!! Vcs lacraram dessa vez, ein Hell? Figurino, modelo, cenario, iluminação, fotografia, tudo impecável. Li a entrevista toda e só tenho uma coisa a dizer: AMO dançar, sou doida por qualquer ritmo que me tire do chão e ñ tem nada mais lindo nesse mundo do que um homem dançando <3
    Parabens Paulo, pelo seu trabalho, nao se acanhe por ter começado tarde ñ, seu sucesso ta garantido pq pessoas convictas e tao esclarecidas como vc tem muito futuro na vida. Amei as frases dele ♥ Se eu morasse em Brasilia com certeza seria aluna.. Tô apx <3

    bjaooo Hell =**

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  4. Não sei do que gostei mais, das fotos ou das respostas do entrevistado. Além de lindo e esforçado, inteligente *o*.
    É desse tipo de artista que o Brasil está precisando, e que hajam mais blogs como o Faroeste Manolo para divulgarem essa galera boa. Parabéns pra todos vocês, pro fotografo, pro Paulo, pra Hell e pra quem mais estiver envolvido nesse lindo trabalho ^^.

    Tava com saudade daqui, espero que continuem com essa ação de artistas <3

    http://sobremeninasevodcas.blogspot.com.br/

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  5. O boy arrasa nas drases de impacto, neh? Hehehe A entrevista está tão gostosa de se ler que quando acabou senti falta de mais hahahahaha. Fotos lindas, um exemplo de vida pq não é fácil viver de arte... :/
    Eu ja tive 3 bandas e sei como é preciso ter mta força de vontade pra acreditar no potencial e continuar batalhando
    Hell, fala pra ele que ele ganhou uma fã ♥

    Bjs

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  6. Que fotos perfeitas, adorei demais o estilo delas e a entrevista incrível!

    Beijos
    http://pimentasdeacucar.blogspot.com.br/

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  7. NOssa,muito massa a entrevista. Dá pra perceber oqw quão profundo e dedicado é o Paulo Vinícius com seu trabalho de dança.
    Parabéns a ele e ao site. as fotos estão simplesmente magníficas!

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  8. Excelente entrevista, adorei o entrevistado, sabe o que dizer e sabe o que quer. Me deu até um ânimo pra levantar projetos abandonados kkkkkkkkkkkkkkk... queria ser mais consistente assim
    Muita dança e sucesso pro Paulo pq ele ja provou que merece ♥

    Bjs Hell

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  9. Fotos maravilhosas e entrevista incrível!!! Parabéns ;D

    unicorniosemorcegos.blogspot.com

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  10. Que legal o projeto de vocês, gostamos da entrevista e as fotos ficaram lindas!! Parabéns!!!

    beijos

    http://www.onlyinspirations.blogspot.com.br/

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  11. Meu Deus que fotos lindas! Encantada com a entrevista ♥ parabens, gente..

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  12. Olá, Hell.
    Que entrevista bem desenvolvida e super bem escrita, parabéns a todos os envolvidos.
    Amei as fotos, ele é muito lindo.
    Um abraço e obrigada pela visita no meu blog ♥
    Borboletas de papel

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  13. Fotos impressionantes :D

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  14. Muito legal a entrevista, e as fotos lindas também! Dançar é tudo de bom mesmo, adorei a forma como ele encara essa arte <3
    boa semana :)

    Red Behavior

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  15. Que demais vocês darem esse espaço para artistas no blog. As fotos também ficaram super legais. Super apoio a iniciativa. :) Parabéns!

    www.fiercekrieg.com

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  16. Lindo dançarino, tomara que faça muito sucesso *_*
    Parabens pela entrevista Hell <3

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  17. Chocado com a qualidade desse ensaio ♥♥

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  18. Excelente entrevista.
    http://retromaggie.blogspot.pt/

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